A Argentina comemorou, em 17 de outubro último, os 60 anos da TV Pública, mais conhecida como Canal 7, com uma grande festa, em que a presidenta Cristina Kirchner ressaltou a necessidade de um veículo democratizado e voltado para os interesses do país. Fundada por Perón, naquela data emblemática do movimento peronista (a chegada ao poder do general Juan Domingo Perón, em 1946), e inaugurada com um discurso da primeira dama Eva Perón, num comício da Plaza de Mayo, como a LR3, Rádio Belgrano, o Canal 7 conseguiu sobreviver a todos os sobressaltos desses anos anos – a censura e perseguição dos diferentes regimes militares e a sabotagem dos governos neoliberais – e tornar-se hoje uma das grandes fontes de informação e de entretenimento. Na contramarcha dos outros países que se submeteram aos ditames do Consenso de Washington para desmantelar seus sistemas públicos de comunicação, a Argentina, sob o comando do casal Kirchner (Néstor, 2003-2007, e Cristina, 2007-2011) optou por reforçar sua TV estatal e transformá-la numa poderosa rede em condições de concorrência com os canais privados. Para isso, assumiu providências corajosas, como o direito de transmissão dos jogos de futebol, que tornou gratuito na canal aberto e por cabo (antes estava sob o monopólio do Grupo Clarín), a adoção do sistema digital gratuito e a instalação de outros 14 canais, de um total de 40, voltados para segmentos como educação, cinema, crianças, esportes, notícias. O sistema digital também propiciou a que sete mil escolas desfrutasse dos benefícios desta tecnologia.

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